30 October 2012
José Carlos Mesquita
(29/11/1958 - 10/03/1998) Data do assassinato: 10/03/1998 Local e circunstâncias do assassinato: José Carlos Mesquita estava saindo da Televisão Ouro Verde, na Rua Tiradentes, em Ouro Preto do Oeste (Rondônia), por volta das 19h, quando foi abordado por três homens. Segundo testemunhas, eles haviam ficado sentados na calçada da rua, aguardando pelo jornalista, desde as quatro da tarde. Um dos homens gritou que era um assalto e depois disse que não queria dinheiro, pois estava ali para matar o apresentador. Mesquita levou dois tiros na cabeça. Os homens fugiram correndo em direção à BR 364. Prováveis causas: denúncias sobre tráfico de drogas e sobre o desvio de verbas da saúde Suspeitos: o inquérito policial apontou o envolvimento de Gerim Ferreira Lacerda, Eurico Rodrigues Chaves, Valdivino Martins da Silva, Claudiomiro Chaves, e um tal Nivaldo (não identificado). Gerim, Valdivino e Claudiomiro foram presos, mas o Ministério Público decidiu pela não acusação dos suspeitos por acreditar que as provas eram insuficientes para incriminá-los. Os suspeitos foram soltos. Gerim foi assassinado dias depois de ter sido libertado. Eurico e Nivaldo continuam foragidos. CRONOLOGIA 10/03/98 - José Carlos Mesquita é assassinado em frente à TV Ouro Verde, em Ouro Preto do Oeste, Rondônia 22/03/98 - Preso pela polícia a partir de uma denúncia, Sebastião Leopoldino da Silva, conhecido por Tiãozinho, declara que teria sido procurado por seu sobrinho, Jaci Leopoldino Ferreira, a mando do então vereador (hoje deputado estadual) Ronilton Capixaba, para que assassinasse Mesquita. O crime lhe renderia R$ 10 mil 25/03/98 - Sebastião Leopoldino da Silva dá um novo depoimento à polícia na presença de seu advogado e nega sua participação e a de seu sobrinho na morte de Mesquita. Diz que conhece Ronilton Capixaba, mas não tem mantém nenhuma relação de amizade com o vereador. Afirma que foi pressionado por policiais para dar as declarações anteriores 28/12/98 - O promotor público Rodrigo José Dantas Lima denuncia Gerim Ferreira Lacerda, Eurico Rodrigues Chaves, Valdivino Martins da Silva, Claudiomiro Chaves e um tal de Nivaldo (não identificado). Eurico e Nivaldo estão foragidos. Os demais são presos 9/03/99 - É realizada a exumação do cadáver de Mesquita 6/04/99 - O promotor de Justiça Renato Grieco Puppio solicita ao juiz a liberdade provisória de Gerim Ferreira Lacerda, Valdivino Martins da Silva e Claudiomiro Chaves. Alega que o exame pericial de balística estava demorando muito e que os acusados não deveriam suportar, presos, o ônus da ineficiência do Estado 8/04/99 - O exame de balística feito em Rio Branco, no Acre, conclui que os projéteis retirados do corpo de Mesquita não coincidem com os das armas dos presos encaminhadas para exame 13/04/99 - Gerim Ferreira Lacerda comparece ao cartório para informar que vai residir em Mirante da Serra 19/04/99 - Gerim Ferreira Lacerda é assassinado em Mirante da Serra 7/05/99 - O Ministério Público solicita a impronúncia dos demais acusados, uma vez que a única acusação formal contra Valdivino Martins da Silva e Claudiomiro Chaves era baseada no depoimento de Gerim Ferreira Lacerda, que foi morto. O processo contra Eurico Rodrigues Chaves e Nivaldo é desdobrado, mas o prosseguimento das investigações depende da captura dos dois suspeitos, que permanecem foragidos. Novembro/2000 - Questionado pela SIP, o delegado Adão Caetano Gonçalves, diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), diz que a polícia havia suspendido as buscas de Nivaldo e Eurico porque faltavam carro e verba para pagar as diárias dos investigadores encarregados de ir atrás deles, em outro Estado. O delegado regional encarregado do caso, Wagner Januário, de Ji-Paraná, faz novo pedido de liberação de diárias para ir atrás dos suspeitos. Em 18 de dezembro, Edson Simões, diretor-executivo da Polícia Civil de Rondônia, informa que foi dada autorização para a liberação do dinheiro. Até essa data, portanto, os foragidos ainda não haviam sido encontrados.
Lugar de Nascimento: Vitória, Espírito Santo
Idade ao morrer: 39 anos
Estado Civil: casado com Zilda Francisco Mesquita
Filhos (nomes e idades na data da morte do pai): Wesley Mesquita, 20 anos, Clérisson Mesquita, 18 anos, Rony Peterson Mesquita, 16 anos, e Michel Mesquita, 14 anos
Educação: formado em Técnicas Agrícolas
Profissão/cargo: dono da Verde, em Ouro Preto TV Ouro do Oeste, Rondônia, retransmissora Rede CNT. Apresentava o programa Espaço Aberto, na TV Ouro Verde, todos os domingos, das 12h às 13h
Antecedentes Jornalísticos: José Carlos Mesquita trabalhou como técnico eletrônico, instalando canais e retransmissores, antes de montar a primeira emissora local de comunicação de Ouro Preto do Oeste, em 1987. A TV Meridional, canal 3, era ligada à Rede Bandeirantes. Em 1989, ele se filiou à rede paranaense CNT, à qual esteve ligado até sua morte
Atividade Social/passatempos: foi um entusiasta do aeromodelismo em Ouro Preto do Oeste. Graças a seu incentivo, foi fundado o Clube de Aeromodelismo naquela cidade, que continua funcionando até hoje
Outras atividades ou funções: foi presidente da Associação dos Idosos de Ouro Preto do Oeste, entidade que ajudou a fundar. Candidatou-se duas vezes a vereador, mas não foi eleito
Reconhecimento: o nome de José Carlos Mesquita está gravado no Memorial dos Jornalistas que morreram no exercício da profissão do Freedom Forum, em Washington (EUA). O registro está também na Internet, no site http://www.freedomforum.org/international/1998jorunalists.asp
A Casa do Jornalista, em Porto Velho, Rondônia, leva o nome de Mesquita.