31 May 2012
PROGRAMA SEMINÁRIO
PROGRAMA SEMINÁRIO "JORNALISMO DE RISCO NO BRASIL: Tim Lopes, 10 anos depois" Local: ESPM-RJ - Rua do Rosário, 90 - Centro do Rio de Janeiro Dias: 31 de maio e 1º de junho de 2012 Horário: 8h-12h30min
PROGRAMA SEMINÁRIO "JORNALISMO DE RISCO NO BRASIL: Tim Lopes, 10 anos depois"
Local: ESPM-RJ - Rua do Rosário, 90 - Centro do Rio de Janeiro
Dias: 31 de maio e 1º de junho de 2012
Horário: 8h-12h30min
DIA 31 de maio (quinta-feira)
8h- abertura com representantes da SIP, ABRAJI e ESPM-RJ
8h30min - 10h30min - Os diferentes tipos de riscos. Por que morrem os jornalistas no Brasil?
Questões éticas, falta de treinamento, pressão das empresas? Estratégias usadas para difamar ou ameaçar os jornalistas. Autocensura. Impunidade dos crimes.
- Vera Araújo (O GLOBO, Rio de Janeiro)
- Ruy Sposati (Altamira, Pará)
- Candido Figueiredo (Pedro Juan Caballero, Paraguai)
- Francisco Evanildo Queiroz (radialista da Rádio Vale do Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Ceará, que era do radialista Nicanor Linhares Batista, assassinado em 30 de junho de 2003)
MEDIADORA: ANGELINA NUNES (ABRAJI/RJ)
10h45min -12h30min - O que podem/devem fazer as empresas para prevenir os riscos a suas equipes?
- Suzana Blass - presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do RJ
- Marcelo Moreira - representante da ABRAJI e INSI
- Ricardo Trotti - Representante da SIP
MEDIADOR: AUDÁLIO DANTAS (SP)
Apresentação: Modelos Jurídicos Interamericanos em matéria de Prevenção, Proteção e Luta contra a Impunidade
- Michael Camilleri - especialista em Direitos Humanos da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH)
DIA 1º de junho de 2012 (sexta-feira)
8h30min-10h30min - O que podem/devem fazer os jornalistas para se proteger?
Atuação ética e com provas. Intercâmbio com jornalistas de outros Estados e países. Redes de apoio. Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos
- Candido Figueiredo (Pedro Juan Caballero, Paraguai )
- João Antônio Silva (O DIA, RJ)
- Ruy Sposati (Altamira, Pará)
- Francisco Evanildo Queiroz (Limoeiro do Norte, Ceará)
MEDIADORA: LUCIANA KRAEMER (ABRAJI/RS) - autora do trabalho sobre Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos premiado pela SIP
10h45min-12h30min - Quais os limites para obter uma boa imagem? Uma conversa com repórteres fotográficos e cinematográficos
- Domingos Peixoto (O GLOBO, RJ)
- Daniel Andrade (Globonews e Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro - ARFOC)
- Bira Carvalho (Imagens do Povo/Observatório de Favelas)
- Guillermo Planel (documentarista, RJ)
MEDIADOR: ANTONIO SCORZA (AFP-RJ)
Encerramento: Apresentação de trecho do filme "Histórias de Arcanjo - um documentário sobre Tim Lopes" feito por seu filho, o jornalista Bruno Quintella
CURRÍCULOS
ANGELINA NUNES é editora assistente da Editoria Rio do Jornal O Globo, onde coordena o grupo de Administração Pública, Educação e Saúde. Trabalha no jornal O Globo desde 1991. Antes trabalhou no jornal O Dia, TV Manchete, Rádio Mec e TVE. Fez o Curso de MBA, Ibmec/Rio para formação de Executivos Infoglobo/2006 e também o Pós-Graduação na Escola de Políticas Públicas e Governo. É diretora da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), tendo ocupado a presidência no biênio 2008 /2009. É autora do capítulo Jornalismo, o prazer do ofício, inserido no livro da editora Insular, publicado em 2011, uma coletânea de artigos organizados por Rogério Christofoletti e Francisco José Karam.
ANTONIO SCORZA é fotoeditor da agência AFP no Brasil desde 1986. Começou no fotojornalismo em 1976, e trabalhou em O Fluminense, Última Hora, Jornal do Brasil, O Globo. Em 1985, fundou, junto com outros fotógrafos, a agência Fotosite na qual atuou durante um ano. Pela AFP, cobriu cinco vezes a Copa do Mundo de futebol (desde 1990), quatro jogos olímpicos desde 1996, a Copa América desde 1987 e os jogos Panamericanos desde 1986. Desde 1988 fotografa os acontecimentos mais importantes da América do Sul. Em 2000, recebeu os prêmios World Press Photo para meio ambiente e o National Press Photographers Association sobre violência.
AUDÁLIO DANTAS é autor de mais de dez livros, entre os quais O circo do desespero, O menino Lula e O Chão de Graciliano, Prêmio APCA 2007. Uma de suas reportagens, sobre a favela do Canindé, em São Paulo, deu origem a um dos livros de maior sucesso no Brasil e no exterior: Quarto de despejo, uma compilação do diário da favelada Carolina Maria de Jesus, que foi traduzido pra 13 idiomas. Entre suas obras destacam-se também livros infanto-juvenis, um dos quais, A infância de Graciliano Ramos, foi premiado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. Foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e da Federação Nacional dos Jornalistas e do Conselho da Fundação Casper Libero; vice-presidente da ABI-Associação Brasileira de Imprensa. Foi também deputado federal por São Paulo. Atualmente é conselheiro da UBE União Brasileira de Escritores e do Instituto Vladimir Herzog. Em 1981, recebeu prêmio na ONU por sua atuação em defesa dos direitos humanos.
BIRA CARVALHO é comunicador popular, fotógrafo da agência Imagens do Povo/ Observatório de Favelas.
BRUNO QUINTELLA é jornalista e trabalha como produtor de Reportagem da Editoria Rio da TV Globo desde 2004.
CANDIDO FIGUEIREDO RUIZ é chefe da redação regional do jornal ABC Color, em Pedro Juan Caballero, na fronteira do Paraguai com o Brasil, desde 1995. Cobre temas como crime organizado, narcotráfico, tráfico de armas e contrabando. Há mais de 16 anos vive permanentemente sob a proteção de quatro guarda-costas fortemente armados. Em duas ocasiões, a sede da redação foi metralhada por traficantes de drogas da fronteira. Foi ameaçado centenas de vezes por telefone, carta anônima e diretamente por vários traficantes paraguaios e brasileiros que atuam na fronteira.
DANIEL ANDRADE é vice-presidente da Associação Profissional dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro (ARFOC) e repórter cinematográfico da Rede Globo no Departamento de Esportes.
DOMINGOS PEIXOTO trabalha há 17 anos no jornal O Globo. Tem em seu currículo prêmios como: Rei da Espanha, em 2003, com a foto Retrato do Desemprego, CNT em 2000, com a foto A dor de um pai e em 2011 com a foto Perigo no ar, FIRJAN em 2001 e Libero Badaró em 2001, com a foto Agonia da natureza e Abdias do Nascimento em 2011 com a foto Diploma de alforria. Tem curso de correspondente em área de conflito, na Argentina, organizado pela SIP - Sociedade Interamericana de Prensa. Após anos na cobertura de conflitos armados nas questões sociais do Rio de Janeiro, Domingos Peixoto percebeu que a cidade se encontra em um processo acelerado de transformação, abordando assim, diferentes aspectos da fotografia social, registrando uma grande parte da sociedade que ainda é invisível aos olhos da mídia.
FRANCISCO EVANILDO DE OLIVEIRA QUEIROZ é
Gerente Comercial do Sistema Jangadeiro de Comunicação do Estado do Ceará e diretor Comercial Sociedade Rádio Vale do Jaguaribe Ltda - Limoeiro do Norte-Ceará. É ainda Gerente e Coordenador - Rádio Caiçara Liderança FM - Morada Nova-Ceará, e Diretor Regional da ACERT do Vale do Jaguaribe.
GUILHERMO PLANEL é natural de Montevideo, Uruguai, e mora no Rio de Janeiro há 41 anos. É documentarista, fotógrafo e jornalista, com pós-graduação em imagem pela PUC-RIO e Jornalismo de Políticas Publicas Sociais pela UFRJ. Um dos principais focos de seu trabalho atual são as relações da imprensa com a sociedade civil, principalmente nas áreas de periferia, através dos comportamentos éticos que envolvem o assunto. Nesta área, seus principais trabalhos são os documentários Abaixando a Máquina - Ética e dor no fotojornalismo carioca e ViVendo um outro olhar, trabalhos premiados no Brasil e no exterior que abordam as questões da relação da fotografia e da imprensa com as comunidades carentes, de como sofrem com o processo de criminalização da pobreza por parte do Estado, da mídia e da cidade formal. Neste momento, finaliza o documentário Mais náufragos que navegantes, documentário sobre democracia e os diferentes conceitos de direitos humanos na América Latina.
JOÃO ANTÔNIO BARROS está no jornal O DIA há 20 anos. Entre seus trabalhos, destacam-se a denúncia do desaparecimento de 161 pessoas após serem presas no Rio de Janeiro, em 1995, e a ligação de policiais militares com os grupos de extermínio. Em 1999, viveu por 22 dias no Presídio de Segurança Máxima Bangu 3 para mostrar o dia a dia dos líderes do Comando Vermelho - a principal facção de narcotráfico do Rio. Há cinco, o repórter fez a rota das drogas entre a Bolívia e o Brasil, passando por 32 cidades, e constatou que o narcotráfico na América enriquecia graças à miséria boliviana (segundo maior produtor de cocaína para o Mundo e primeiro para o Rio de Janeiro e São Paulo), onde o agricultor pobre é facilmente aliciado a plantar coca. Em parceria com o repórter Thiago Prado, revelou, em 2008, o mundo de riqueza e luxo como vivem os chefes das milícias no Rio e seus cartéis de extermínio e cobrança de pedágio. Em 2010, denunciou o esquema milionário dos transportes alternativos, que transformou dois simples motoristas e dois policiais em homens com patrimônio acima de R$ 3 milhões.
LUCIANA KRAEMER é Mestre em Ciências Sociais pela PUC do Rio Grande do Sul e realiza especialização pelo Centro de Direitos Humanos da Universidade do Chile, com o curso Accountability, Transparencia y lucha contra la Corrupción. É professora do Centro Universitário Metodista IPA e da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), em São Leopoldo, ambas no Rio Grande do Sul. Inaugurou a disciplina de Jornalismo Investigativo. Em 2011, recebeu um prêmio da Sociedade Interamericana de Imprensa pela excelência da investigação acadêmica relativa a luta contra a impunidade que rodeia os crimes contra jornalistas na América Latina. Atual diretora da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), por 15 anos trabalhou na RBS TV Núcleo Globo - Porto Alegre. Em 2008, ganhou Menção Honrosa no Prêmio Tim Lopes de Jornalismo Investigativo e uma bolsa para a produção de uma série de reportagens sobre a exploração sexual de crianças e adolescentes.
MARCELO MOREIRA é presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e representante do International News Safety Institute (INSI) no Brasil. Trabalhou no Jornal do Brasil e O Dia e atualmente é editor-chefe do RJTV da TV Globo.
MICHAEL CAMILLERI é especialista em Direitos Humanos da Relatoria Especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
RICARDO TROTTI é diretor de Liberdade de Imprensa da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).
RUY SPOSATI trabalhou como produtor de televisão, repórter de impresso e assessor de imprensa de sindicatos e movimentos sociais. Assessora o Movimento Xingu Vivo Para Sempre, em Altamira (PA), onde ocorre a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Também escreve como colaborador para publicações como Brasil de Fato, Caros Amigos, Otramerica e Terra Magazine, entre outras.
SUZANA BLASS é mestre em Ciência da Informação pela UFRJ. Trabalhou no departamento de pesquisa do Jornal do Brasil e da Rádio Jornal do Brasil. Hoje, chefia a Pesquisa do jornal O Dia e é presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro.
VERA ARAÚJO é jornalista e advogada. Trabalhou no Jornal do Brasil, em O Dia e está no jornal O Globo há 12 anos, onde é repórter especial da Editoria Rio. Especializou-se em jornalismo investigativo, principalmente na área de segurança pública e justiça, e denunciou a existência das milícias, grupos formados por policiais, agentes penitenciários e militares que exploram moradores de favelas do Rio de Janeiro, cobrando altas taxas por serviços. Foi ela quem, inclusive, denominou os grupos como milícias. Com a reportagem, foi obrigada a se afastar por nove meses do jornal, depois de sofrer ameaças de morte por parte de milicianos. A reportagem lhe rendeu seu 1º Prêmio Tim Lopes de jornalismo investigativo. Ganhou ainda o V Prêmio Imprensa Embratel, em 2003, com a série No rastro das propinas (o caso propinoduto); e o Prêmio Esso Sudeste, em 2010, em equipe, com a série Democracia nas favelas. Em 2010 ganhou o prêmio Tim Lopes com a reportagem Exército de Laranjas, na qual revelou a existência de uma máfia no Instituto Militar de Engenharia, que usava parentes para ganhar licitações do Exército.