19 October 2010
Assassinato de radialista pode estar ligado a denúncias sobre tráfico de drogas
O radialista Francisco Gomes de Medeiros, 46 anos, o F. Gomes, foi assassinado por volta das 21h da segunda-feira, dia 18 de outubro de 2010, quando estava sentado na calçada em frente a sua casa, no bairro Paraíba, em Caicó. Um homem em uma moto disparou cinco tiros contra Gomes, que chegou a ser levado para o Hospital Reginal de Seridó, onde acabou morrendo.
O radialista Francisco Gomes de Medeiros, 46 anos, o F. Gomes, foi assassinado por volta das 21h da segunda-feira, dia 18 de outubro de 2010, quando estava sentado na calçada em frente a sua casa, no bairro Paraíba, em Caicó. Um homem em uma moto disparou cinco tiros contra Gomes, que chegou a ser levado para o Hospital Reginal de Seridó, onde acabou morrendo.
Na cidade de Caicó, município a 269 km de Natal, capital do Estado do Rio Grande do Norte, o comentário era de que se tratava de um crime de encomenda, já que F. Gomes havia feito denúncias sobre tráfico de drogas na região. A polícia deteve um suspeito ainda durante a madrugada. Ele foi liberado, e chamado para ser novamente interrogado pelo delegado Ronaldo Gomes à tarde. Até as 16h do dia 19, sua prisão preventiva ainda não havia sido decretada.
A morte de F. Gomes teve repercussão imediata, inclusive via twitter e blogs, já que F.Gomes também era blogueiro. Há três anos, apresentava um programa diário com notícias policiais chamado Comando Geral, na Rádio Caicó, das 11h às 14h, e um radiojornal às quartas-feiras, das 18h às 19h, na mesma rádio, onde era diretor de departamento. Era na rádio e no blog que fazia as denúncias mais contundentes na mais recente, e que tem sido mencionada como possível causa de sua morte, F. Gomes denunciou a troca de votos por crack nas últimas eleições.
Trabalhava ainda como repórter free lance do jornal Tribuna do Norte há cerca de seis meses.
Experiente e bastante popular, escreveu sobre política e polícia para o jornal Diário de Natal durante 11 anos, tendo deixado o cargo em março de 2009. Havia trabalhado antes para os jornais Tribuna do Norte e Gazeta do Oeste. Casado, pai de três filhos, F. Gomes não costumava comentar com familiares sobre ameaças recebidas, mas eles sabiam do risco, devido ao tipo de reportagem e os temas que cobria. Seus amigos também. Corajoso, dizia que o principal era defender o interesse da população, lembra o colega Sidney Silva, que atuava a seu lado na Rádio Caicó.
O governo do Estado enviou uma equipe da Divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado para investigar o caso.
O governador Iberê Ferreira de Souza declarou à imprensa que elucidar o assassinato de F. Gomes é uma questão de honra para o Estado. Moradores da cidade fizeram filas para presenciar o velório e o enterro do radialista.